sábado, 23 de julho de 2016

Minha série de vídeos sobre as coisas simples e belas da vida

Muitas vezes esquecemos de apreciar o quão mágico é o mundo em que vivemos.

Como disse o menino do filme American Beauty: é tanta beleza, que às vezes eu acho que meu coração vai explodir. 




Resolvi registrar em vídeo alguns destes momentos que tenho de instrospecção, quando observo alguma coisa incrível e penso "meus deus, que mundo lindo é este que eu estou vivendo?".

Aqui estão os dois primeiros vídeos, e quem quiser acompanhar pode se inscrever no meu canal do Youtube

1. Simple things matter

2. Fogo

Aliás, sei que o Blog está abandonado e, para ser bem sincero, a tendência é que eu pare de publicar textos por aqui.

Ele foi super útil em uma fase da minha vida, quando estava me acostumando a escrever (o que explica os erros de português dos textos) e organizar minhas idéias "no papel".

Mas, como dizem por aí: "O mundo gira, e vacilão roda". Se eu não der um jeito de migrar para outros canais e dedicar esforços à outros projetos da minha vida, vou ficar estagnado.

Então, se quiser acompanhar minhas ideias idiotas, me adiciona no Facebook ou fique de olho no meu site de mochilão, Eu Mochileiro.

Beijos!  

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Prazer da Comunidade

No meio de tanto vídeo e artigo te dizendo como alcançar o sucesso profissional ou como ser feliz por conta própria, fica difícil se lembrar da principal habilidade que possibilitou todo o desenvolvimento humano até o topo da cadeia alimentar.

Felizmente existem vídeos como este para nos lembrar. 


Se a legenda não começar automaticamente, abra o vídeo no YouTube e clique no CC no canto inferior direito para ativá-la. 

domingo, 20 de setembro de 2015

Duas sugestões para quem está aprendendo algum idioma

Postagem bem rápida só para ajudar quem está tentando aprender algum idioma...

Nas últimas semanas eu tenho usado um site bem massa para fazer aulas de francês pelo Skype por um preço bacana.


O site é apenas mais um nas dezenas de outros sites deste tipo que eu conheço, mas o que mais me atraiu neste foi os preços.

Consegui aulas de francês por cerca de 10 dólares por hora, e um amigo que está aprendendo chinês me disse que conseguiu algumas aulas por apenas 5 dólares :O

Em comparação com os outros sites, isso é muito barato. 

Outra vantagem é que dá para pagar com PayPal. Então se você não tem um cartão de crédito internacional basta depositar a grana em uma conta do PayPal e na hora de comprar os créditos lá no site, você escolhe essa forma de pagamento. 

Outra coisa que estou utilizando viciado é o tal do Duolingo.

Ok, provavelmente você já conheça. Eu mesmo já ouvi falar algumas vezes nos últimos meses, mas nunca parei para usar. 

Mas mano, que coisa linda! O aplicativo é grátis, super simples de usar e tem a possibilidade de você treinar pronúncia e compreensão, o que é a maior desvantagem para quem está aprendendo algum idioma sozinho pela internet,

Eu tenho revesado um dia escrevendo em francês, outro dia passando alguns níveis lá no Duolingo.


E entre essas duas coisas eu assisto vídeos, ouço músicas e  converso comigo mesmo em francês. 

E a partir de agora vou ver se faço pelo menos uma aula por Skype por semana.

Estou evoluindo bem rápido.

Acho que é só isso mesmo. Se alguém tiver alguma outra ideia, não deixa de me falar, ok?

Abraços! 

sábado, 5 de setembro de 2015

Você não é quem você pensa que é


É isso mesmo. Esse cara legal que muito batalhou para vencer na vida, gosta de ajudar as pessoas mas na maioria das vezes não é valorizado como deveria e que não quer ser rico mas apenas ter o dinheiro para levar uma vida tranquila - que você provavelmente pensa que é - não é você.

Tá confuso? Sabe aquele Xizinho ali no canto superior direito (ou esquerdo, se usar OS X)? É só clicar nele. Ou melhor, já vai daqui mesmo pro YouTube assistir vídeos de playboys chegando em meninas na rua e achando que estão reinventando a roda.

Yeah, I am pissed off.

Terminei de escrever esse texto há algumas semanas, mas andei me questionando se deveria posta-lo ou não.

Postar textos agressivos e que tocam na ferida da maioria das pessoas não é uma boa estratégia.

Falo por experiência própria.

Mas por que eu decidi postar então?

Bem, eu decidi postar por que resolvi ser fiel aos meu princípios como pseudo-escritor, que na verdade eu não tenho certeza quais são, mas pretendo pensar melhor no assunto no futuro.

Aliás, tem uma frase bem legal que eu recebi no Whatsapp (Fuck ya, now I use this shit). É a seguinte:

"Elogios vazios são como gravetos jogados numa grande fogueira - só fazem barulho."

Voltando o motivo pelo qual eu resolvi escrever este texto...

Você já parou para pensar que absolutamente tudo que existe só existe por que você pensa que existe?

Ou melhor, já parou para pensar que a pessoa que você pensa que é só existe dentro da sua cabeça?

"Ah, mas os meus amigos sabem que eu existo!"

Na verdade, você, na cabeça dos seus amigos, é uma pessoa totalmente diferente do que você pensa ser, uma vez que seus amigos possuem consciência própria e seus pensamentos são formados no cérebro deles, com as informações que estão no cérebro deles, com os preconceitos deles... and so on.

Em outras palavras, da mesma forma que você tem uma imagem do seu amigo na sua cabeça, seus amigos tem uma imagem sua na cabeça deles.

O mais interessante disso tudo é que, se você parar para pensar, existem várias versões de "você" espalhadas por ai. Legal né?

Então, o texto é isso. Sem dicas úteis para a vida ou links legais para encher seu ego e te fazer se sentir mais inteligente do que os outros.

Só para constar, vou perguntar de novo:

O que seria uma maça se você não soubesse o que é uma maça?
Quem seria sua mãe se ela não fosse sua mãe?
O que seria um negro se você fosse um negro? (Se você for negro, o que seria um branco se você fosse branco?)

Divirtam-se.

Take care.

Igor

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Diluição

Traduzi este texto há algumas semanas e postei no grupo do Parkour Brasil no Facebook. Mas como as coisas por lá tendem a se perder rapidamente, resolvi deixar ele postado por aqui também para eu não ter que me preocupar em mantê-lo no meu Google Drive.

Diluição
Chris "Blane" Rowatt


Diluição:

  1. O processo de enfraquecer ou tornar menos concentrado.
  2. Uma condição diluida ou enfraquecida.
  3. Uma substáncia diluida.

Eu não tenho postado faz algum tempo pois minha mente tem estado ocupado e só agora eu senti vontade de compartilhar o resultado dos meus pensamentos. Essa introdução pode te ofender, pode parecer que é direcionada a você e talvez ela seja.

Eu posso viver sendo odiado, mas eu não posso continuar vivendo com esta opinião e não a compartilhando com as pessoas que eu acho que podem se beneficiar com ela. Eu sei que eu não sou o único que compartilha desta mesma opinião e eu sinto que vale a pena torna-la pública se ela mudar a mentalidade ou ajudar pelo menos uma pessoa. Isto é primeiramente para um amigo meu que eu não tenho treinado há algum tempo. Um amigo que parece estar um pouco desanimado com seu treino, um pouco distante, um pouco preocupado ao pensar que ele não é tão bom quanto as outras pessoas. Isto é para ele e todas as outras pessoas que se sentem desmotivados vendo as pessoas em volta fazendo coisas que eles não conseguem… e também para os inciantes no Parkour.

Ontem foi meu 1300 como praticante de Parkour. Eu não sou muito fá de aniversários mas este foi o dia em que meus pensamentos de duas semanas se encontraram e se fundiram para se tornarem sólido em minha cabeça.


Eu comecei a treinar 1301 dias atrás em 10 de Setembro de 2003, o dia após Jump Londo ter passado pela primeira vez no Channel 4 e é incrível pensar tudo o que tem acontecido e o quanto minha vida mudou desde então.

Eu me lembro perfeitamente do primeiro treino que eu tive, 185 semanas e 86 dias atrás. Ele foi com meu amigo na época, Tom, e nós dois estávamos entusiasmados por ter assistado Jump London e queriamos  de cara já começar pulando! Eu lembro ter tentado allguns vaults, pequenos saltos pelo buraco do balanço em movimento e eu lembro que a minha primeira experiéncia real com o medo no Parkour foi quando eu saltei do telhado de um ginásio da região e rolei na grama. Aquilo foi formidável na época e eu acho que tinha cerca de 2 metros de altura. Eu fiz isso por que eu achei que  Parkour era isto, pulando de lugares altos.
Agora, como a maioria das pessoas irão te dizer, os dias seguintes do seu primeiro treino são terríveis. Quem lembra aquela sensação inexplicável de dor ao tentar subir uma escada no dia seguinte do seu primeiro treino hardcore? Eu lembro meus quadriceps doloridos por duas semanas como se tivesse sido espancado por uma gangue de bandidos nervosos com tacos de baseball.


Atualmente existe uma grande riqueza de informação disponível para as pessoas que começam que nunca existiu no ínicio dos meus treinos. Era na maioria das vezes tentativa e erro, com uma grande dose do erro. Mas apesar dos benefícios que aprender com as experiéncia passadas dos traceurs veteranos pode trazer, eu não posso me conter  e pensar nas consequencias disso.

Eu imagino o quanto deve ter sido dificil para David Belle e todos os outros traceurs originais de Lisses quando eles mergulharam em diração a escuridão há mais de 15 anos, não tendo ideia sobre o que estavam fazendo ou onde isto os levariam. Eles lentamente criaram um caminho em uma nova diração e  foram iluminando o caminho para que as pessoas pudessem segui-los. Levou muitos anos para esses caras criarem os movimentos mais básicos e aperfeiçoa-los para um nível em que quase todos os obstáculos pudessem ser ultrapassados usando apenas um punhado de técnicas, e isso é uma conquista remarcável. Uma jornada épica que um novo traceur pode superar aprendendo 10 novas técnicas em 2 meses, que normalmente levaria 5 anos de treinamento na década de 90 em Lisses para seren aprendidos.

Então neste rítimo de desenvolvimento, progressão e aprendizado, certamente nós os alcançaremos neste caminho e então poderemos os ajudar a ilumina-lo, certo?

Não, eu acho que não.


Eu acho que estamos viajando muito rápido por esta caminho que uma hora nosso combustível vai acabar antes de alcançarmos. Eles estão olhando para trás e nos vendo distantes, e eu acho que provavelmente eles estão esperando que nós os alcancemos para ajudar a desenvolver a disciplina, mas eu acho que muitas pessoas da geração futura nunca conseguirão.

Parafraseando Stephane Vigroux, “Eu acho que para muitas pessoas isto deve ser pessoal… todo mundo está se movendo… Eu estou realmente feliz por eles… mas muito rápido, muito fácil, muito show… muito.”

Existem pessoas que treinam há menos de um ano que estão fazendo coisas maiores e mais distantes do que alguns caras que treinam por quatro anos e eu acredito que isto acontece principalmente pela grande biblioteca de conhecimento que se tem disponível hoje em dia. Isso pode parecer bom a princípio, pois uma vez que as gerações vão se desenvolvendo nós teremos novos caras para substituir o processo de tentativa e erro e apenas fazerem o que têm se provado funcionar, para chegar a um bom nível no Parkour. Mas eu estou preocupado.

Eu acho que o processo de tentativa e erro ensinou os traceurs originais de Lisses sobre eles mesmos e injetou neles criatividade, paixão e coragem que estão sendo esquecidos hoje em dia and sendo substituidos pelo “treino de acordo com o livro”. Não apenas eu acredito que a adaptação mental e física deles é muito maior do que a minha, eu acredito que isso será diluido cada vez mais no futuro conforme as novas gerações aparecem e quando os novos traceurs iniciarem seus treinos. As pessoas agora possuem listas de movimentos para aprender e se dedicar e então partirem para outro movimento novo, alguma coisa maior, mais impressionante.


The best way to get respected in the Parkour community today seems to be doing the biggest and best things with the minimum amount of training to get there. As long as you do it, it doesn't matter how sloppy it was, how slow the climb up was, how precise the landing was or how much damage it did to the person. Everybody spreads the word that "X" did "Y" so they must be better than “Z” since they have only been training for “W” months! This approach can quickly escalate and recently I feel it has been destroying the true nature of Parkour. People are doing things to be recognised by other people and it’s tough for the people working hard and progressing steadily to see this going on around them. They feel pressured in to attempting things beyond their level when they see it happening and that’s not their fault.

A melhor forma de coneguir respeito na comunidade do Parkour hoje em dia parecer ser fazendo as maiores e melhores coisas com a menor quantidade de treino para isso. Contanto que você faça, não importa o quanto desleixado você fez, se o climb up foi lento, se a aterrissagem foi certa ou o dano que o movimento causou a pessoa. Todo o mundo espalha o fato que “X” fez “Y” então ele deve ser melhor que “Z” uma vez que eles apenas treinam desde “W” meses! Isso pode facilmente evoluir e recentemente eu tenho sentido que é o motivo pelo destruimento da natureza verdadeira do Parkour. Pessoas estão fazendo coisas para ser reconhecidos por outras pessoas e para as pessoas que treinam pesado e progridem mais devagar, isso pode ser dificil de aceitar. Eles sentem pressão para tentar coisas além do seus níveis quando eles vêem isso acontecendo e a culpa não é deles.

Para mim, Parkour é uma longa e dura campanha - não uma curta batalha épica.

Eu não estou apenas preocupado com a progressão mental e criativa dos novos praticantes sendo sacrificada, eu estou igualmente preocupado com os custos físicos desta tal “progressão de acordo com livro”.

Como eu, alguns de vocês devem ter memórias de um avô que era a única pessoa da família que podia abrir uma jarra de pickles na hora da janta, apesar de sua idade. A “força do vovô” que eu estou falando não era milagre - e sim produto de 60 anos de trabalho manual e uma força produzida por muitos anos de uso repetitivo dos músculos.

Estou preocupado com estes atalhos que existem hoje em dia, que eles possam roubar dos praticantes o desenvolvimento muscular implacável que os traceurs de Lisses possuem, o equilíbrio mental enraízado e a vasta memória muscular que nenhum livro, artigo ou palavra pode dar a eles. A força do vovô.

Nós todos sabemos que você pode condicionar seu corpo desde o ínicio dos seus treinos e isso irá te ajudar tecnicamente, mas eu ainda sinto que as pessoas estão se movendo e progredindo rápido demais. Eu regularmente vejo coisas sendo feitos por traceurs novatos que caras com anos de experiéncia ainda não fizeram e as vezes esses caras mais experiéntes se sentem mal por isso… muitas vezes eles acabam se questionando seu treinamento e se perguntando por que eles não são bons, se perguntando em que ponto foram deixados para tréas e por que todo mundo parecem ser melhores do que eles.

As pessoas têm vindo até mim, literalmente deprimidos com seus treinamentos e procurando conselho, perguntando onde foi que eles erraram e o que os caras novos têm que eles não. A resposta que eu tenho dado a eles é simples. Os novos praticantes que fazem esses saltos imensos, as técnicas impressionantes, o grande, o difícil, longo, longe e etc têm usado um combustível que vai acabar antes que eles imaginem, simplesmente por que o corpo deles não está preparado para o que eles fazem. Não é apenas uma questão de impacto nos joelhos, mas o que dizer sobre os danos causados nos ombros destes novatos fazendo grandes quedas de galho para galho? E seus cotovelos?
Quais serão os efeitos no longo prazo?

Quais serão os efeitos no longo prazo ao fazer cat leaps de 12 pés quando seus ombros ainda não experimentaram 10,000 saltos menores?

Quais serão os efeitos no longo prazo ao fazer quedas de 6 metros no concreto quando suas pernas não experimentaram 10,000 saltos de 2 metros?

O tempo irá dizer.

Observe os melhores traceurs do mundo. Vá a Lisses e os vejam, converse com eles, treine com eles e aprenda. Eles não são os melhores por que são geneticamente abençoados ou eram loucos o suficiente para tentar tudo o que aparecia quando eram jovens e eles não são os melhores por que progrediram rapidamente. Eles são os melhores e os mais fortes por que progrediram de forma consistente. Eles construiram camada sobre camada de armadura sobre seus corpos ao longo dos anos, repetindo movimentos milhares de vezes e não tentando apressar o processo. Eles têm aquela força do vovô encravada e enraizada em seus corpos. Resiliência e resistência a lesões que apenas vém com uma progressão graduativa.

NOTA DO AUTOR: Eu tive a oportunidade de treinar com todos os Yamakasi, e essa parte destacada do texto resume perfeitamente o que eu percebi durantes meses treinando com eles.

Em várias entrevistas do David Belle ele é perguntado sobre lesões, e ele sempre balançou a cabeça e disse que seus joelhos e braços esravam bem, que ele não sentia nenhuma dor. Isso depois de 18 anos de treino. Por outro lado, hoje em dia nós temos caras com um ano de treino tendo que ficar meses se recuperando de lesões nos joelhos, deslocamento de ombro, tendinite… cirurgia para concertar o corpo antes dos 20 anos de idade! É isso uma coincidencia? Ou será que eles estão puxando o limite muito além de suas capacidades físicas? Tentando ser os melhores em comparação com os outros?



Parkour é uma jornada pessoal que requer trabalho duro. Não existem atalhos e nem soluções rápidas. Se você quer “ser e durar” então eu sugiro que você reflita profundamente sobre seu treino e se pergunte se você está fazendo isso por diversão, por alguns anos até você se acalmar e conseguir um emprego, se casar, ter filhos e se aposentar. Se sim, faça o que quiser, faça os saltos imensos, faça o que te der na telha e não olhe para trás. Apenas esteja certo que você está tendo um efeito sobre aqueles que estão na longa caminhada e trabalhando pesado para ficar forte. Tente ter isso em mente quando você dizer “eu faço isto, por que você não faz?”.

Mas se você realmente quer disciplinar seu corpo, se tornar forte e durar no Parkour, então você precisa parar de se comparar com os outros. Pode ser um tanto tentador fazer algo além dos seus limites quando você vê pessoas menos experientes fazendo algo. Seja o maior homem/mulher e perceba o dano que eles têm causado a eles mesmos e se orgulhe ao saber que você não se rendeu a tal pressão. Daqui 10 anos quando eles estiverem andando com uma muleta, você terá a capacidade de fazer aquele salto cem vezes sem escorrer uma gota de suor.

Eu não estou certo de como nós podemos ajudar as próximas gerações de traceurs e o futuro do Parkour. Passando para eles nossa experiência pode os ajudar a se preparar, mas isso não pode substituir a tentativa e erro ou nós nos tornaremos clones de nossos professores. Os elementos “tentativa e erro” e a exploração devem permanecer intactos. Eles também devem ter o direito de progredirem no próprio tempo sem sentir a pressão das pessoas volta. Eu vou tornar isso objetivo pessoal para ajudar as pessoas que eu vejo se sentindo sob pressão para fazer coisas que elas ainda não se sentem preparadas, eu acho que seria ótimo ver as pessoas que lêem este artigo junto comigo nessa jornada.

Para resumir os dois pontos do artigo:

  1. Se você é novo no Parkour, pesquise o máximo possível e aprenda com as pessoas que estão neste caminho antes de você, mas não perca sua criatividade e habilidade de pensar por você mesmo. Tente coisas novas, explore diferentes métodos e progrida no seu próprio rítimo. O que você deve lembrar é que as pessoas antes de você possuem mais experiência física que foi construida de um jeito que eu me regiro como a “força do vovô” e isso não pode ser ensinado ou simplesmente passado a diante. Você pode se apressar na teoria mas não pode recorrer a atalhos durante a prática se você quer durar na disciplina.

    b. Se você é mais experiente no Parkour e sente que os novos praticantes são melhores que você, não se sinta forçado em puxar seus limites ou fazer as coisas só por que eles estão fazendo. Tente avisa-los sobre os perigos de tentar algo além de suas capacidades físicas - o fato de eles conseguirem fazer algo não significa que eles devem fazer. Eles estão  aprendendo mais rápido do que você devido a grande quantidade de informação disponível através do seu trabalho duro.

Se você se importa com o futuro do Parkour é seu dever os ajudar a evoluirem progressivamente e lembrar que eles devem ir com calma quando você achar que eles estão indo rápido demais. Se não nos fizermos isto, o Parkour era lentamente ir morrendo uma vez que os praticantes se tornarão cada vez mais fracos devido lesões, overtraining e destruição das articulações.

Você vai ajudar a diluir o Parkour e seus novos praticantes ou você vai ajudar a concentrar e fortacele-los?

“Caminhe levemente por que você está pisando em meus sonhos” - William Butler Yeats

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Por que eu sumi e mais uma reflexão básica

Gostaria de dar uma satisfação para as pessoas que têm acompanhado meu blog (sim, eu sei que vocês estão ai!) e dizer que eu não pretendo deixar de postar por aqui tão cedo. 

Não fui morto nem sequestrado pela ASFARC. Não tenho postado por tanto tempo (que na verdade nem é tanto tempo assim) por que voltei para o Brasil na metade de Junho e desde então tenho viajado para lá e para cá, vendo as pessoas e os lugares que eu queria visitar e também aproveitando o tempo livre para refletir e organizar minha vida.

Eu gosto muito de escrever aqui e fico extremamente feliz quando alguém que eu não vejo há anos me fala que têm acompanhado meu blog ou que tal postagem foi muito útil para ela.

Sério, é impossível descrever o quando bem comigo mesmo eu me sinto quando isso acontece.

Por esse motivo eu achei que deveria dar uma satisfação para as pessoas que visitam meu blog regularmente. Mesmo sendo poucas, são de extrema importância para mim.

Um dos meus planos é tirar isso aqui do Blogger e também fazer um sistema de newsletter mas, como já disse, essas não são minhas prioridades no momento :)

Deixando o blá blá blá de lado...

Vocês sabiam que no dia 14 de julho uma sonda lançada em 2006 pela NASA finalmente chegou perto de Plutão e de cara já mandou esta foto?




Sério, existe uma máquina a sete bilhões de quilômetros mandando fotinha pra gente.

Se não bastasse, toda energia utilizada pela sonda é gerada por um reator nuclear.

Ah, e lâmpada ai da sua casa está usando mais energia do que essa sonda para funcionar.

O mais legal e que ninguém está falando é que, para chegar lá, a sonda pegou um impulso na gravidade de Júpiter.

Desde que eu soube disso eu sinto que me tornei um ser frio e incompreensível. 

Logo depois que eu soube da notícia, entrei no ônibus e tinha um casal discutindo que tinta iriam usar para pintar a varanda da casa, e eu não consegui parar de rir no resto do dia.

UMA DESGRAÇA DE UMA SONDA ESTÁ EM PLUTÃO E DOIS FILHOS DA PUTA ESTÃO PREOCUPADOS COM A COR QUE DEVEM PINTAR A VARANDA!

A ciência é linda e toda vez que me deparo com uma notícias dessas eu me sinto emocionado e diminuído ao extremo.

Imagina todo a tecnologia envolvida pra construir uma sonda dessas. Quanto cálculos...

Eu sei que estou parecendo um idiota e o texto está todo desorganizado, mas eu estou tão empolgado que não consigo pensar direito.

Fiquem ai com esse vídeo e vivam suas vidas fúteis que eu vivo a minha por aqui.

Abraço.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Meus treinos em Paris

Desde que deixei Paris em Março deste ano eu tenho pensado em escrever um texto sobre minha experiência. Treinar com os pioneiros da prática que eu amo tanto e que moldou minha vida é sem duvida uma das minhas maiores realizações e que com certeza eu me orgulho muito.

Eu tenho tudo guardado num canto da minha mente, uma biblioteca sobre tudo o que aprendi e uma imagem de todos eles bem guardados, mas por alguma razão eu ainda não tinha conseguido expor isto tudo em palavras. 

Foi só depois de ler o texto da Tatiana (RJ) que eu finalmente resolvi me esforçar para escreve-lo, mesmo sabendo que seria impossível transmitir tudo o que eu vivenciei.

Treinei com praticamente todos os membros do Yamakasi. Em Paris eu participei das aulas da ADD Academy durante todo o mês de fevereiro, sendo que uma vez por semana o Chau Belle era quem dava as aulas.

Tive a sorte de treinar duas vezes com o Yann Hnautra em Evry e cerca de duas semanas eu treinei com o Laurent Piemontesi, que atualmente é o representante da ADD em Milão, na Itália.

E para finalizar, treinei com o William Belle, que não dá aulas mas acabei conhecendo-o através de uma amiga. Este texto é um humilde (humilde mesmo!) relato dos meus treinos... Tentei ser o mais claro e honesto possível... Talvez algumas pessoas se sintam ofendidas, e eu sinceramente adianto minhas desculpas, pois ofender nunca é minha intenção. 

Chau Belle

O Chau Belle é o tipo de cara que vai te falar sem rodeios o que você está fazendo errado e o que precisa melhorar. Ele leva todos os treinos com muita seriedade e disciplina.

Ele lidera os treinos da ADD Academy pelo menos uma vez por semana, e treina com os outros instrutores com bastante frequência.

Tive o prazer de participar num desses treinos duas vezes. O primeiro foi bem técnico e ele me corrigiu um milhão de vezes. O segundo foi puramente físico e foi muito puxado... Tivemos que subir e descer uma escada de quadrupedal várias vezes e em diferentes variações.

O treino dele geralmente é bem puxado fisicamente e mentalmente, pois ele sempre passa vários exercícios de condicionamento no início para só no final do treino, quando você já está moído, treinar técnica. 

Desnecessário dizer que ele é forte pra caralho. Conheço poucas pessoas da idade dele (38 anos se não me engano) que aguentariam aquele nível de treino. Para minha surpresa ele também tem bastante fluência nos movimentos, principalmente em precisões e monkey precisions. 

Yann Hnautra

Só me vem na mente uma palavra pra descrever o Yann: brutalidade.

A primeira vez que eu vi ele foi bem engraçado. Eu estava voltando sozinho de Lisses e resolvi passar pela catedral de Evry só para fazer uns movimentos finais e, assim que entro, vejo o Yann alongando debaixo da chuva.

Foi um momento bem mágico para mim. Ver o cara que foi sempre um exemplo de força ali, se preparando para treinar sozinho! 

Neste dia tomamos um café ali perto e vim a descobrir que ele tem 42 anos e que toca violão muito bem. Conversarmos um pouco e o acompanhei no treino. Infelizmente o inglês dele não é muito bom e não deu para perguntar tudo o que eu queria saber... Espero que da próxima vez meu francês esteja bom o suficiente para conversarmos mais. 

A segunda vez que treinei com ele foi novamente na Catedral, mas desta vez tinha uma galera junta. Ele passou vários exercícios legais e a parte física foi bastante puxada... Se não me engano o treino durou quase 3 horas sem parar com ele puxando cada vez mais.

Ele não dá mais aulas regulamente e portanto treina quase sempre sozinho em Evry, o que me vez admira-lo ainda mais. O cara tem 42 anos e treina sozinho, sem seguidores, cameras ou platéia.

Laurent Piemontesi

Por pura sorte do destino eu tive a sorte de treinar duas semanas em Milão com um dos caras mais fortes que eu já vi na vida.

Laurent é do tipo calado, que não conversa se você não conversar com ele. Talvez por culpa minha, que também sou assim, não conversarmos muito. Mas com certeza ele é uma das pessoas no Parkour (ou l'art du deplacement, como preferem chamar) que mais treinam,

Como ele vive disso, treina pelo menos três vezes por dia, além das aulas que dá todas as noites. Além da força descomunal que se vê em seus vídeos, possui muita fluência e todos os seus movimentos tem um toque de sua criatividade.

Ele foca muito no controle ao invés da explosão do movimento. É bem atencioso com todos os alunos e brincalhão com os mais íntimos. 

Como disse, não conversamos muitos então não sei o que ele pensa ou quais são seus planos. Mas o tempo que eu passei em Milão foi ótimo por vários outros motivos, então tenho uma ótima lembrança de lá e sou grato as pessoas que me convidaram a ir para lá.

William Belle

O cara mais completo fisicamente e emocionalmente que eu já conheci na vida. O William possui uma calma muito no estilo oriental e ao mesmo tempo é muito brincalhão.

Apesar de não falar inglês, sempre foi muito atencioso comigo. De todos os outros membros do Yamakasi, é de longe o mais comunicativo e disposto a conhecer novas pessoas. 

Apesar de não treinar Parkour com tanta frequência hoje em dia, sua movimentação ainda é ótima. Ele ainda escala (é extremamente forte), dança e pratica uma arte marcial que eu não lembro o nome. 

Não quero puxar saco demasiadamente aqui (gosto de fazer isso pessoalmente :P), mas ele é o atleta mais completo de todos. Não se prende a uma arte ou filosofia especifica, está sempre experimentando coisas novas e é super esforçado para aprender. 

Meus amigos de Paris

Ok, todos essas pessoas são ótimas e foi fantástico conhece-las. Mas sendo bem sincero? Eu não voltaria em Paris só para treinar com eles. 

Meu tempo em Paris tinha tudo para ser uma merda. Eu estava sem lugar para ficar, doente e desapontado com a dificuldade de treinar com os Yamakasi, até eu encontrar uma pessoa maravilhosa que me ajudou muito.

Não foi expor o nome dela aqui por que não sei se ela gostaria, mas tenho certeza que ela sabe que estou falando dela!

Em toda minha viagem eu aprendi bastante, mas sem duvida a maior lição de todas eu tirei desse tempo que passei em Paris.

Aprendi que nome, no final das contas, não quer dizer porra nenhuma. As pessoas com quem eu mais me diverti e que estão nas minhas melhores memórias não são as mais famosas, mas sim aquelas pessoas tímidas e humildade que geralmente não dão entrevista nem fazem workshops para centenas de pessoas, mas são aquelas pessoas que mais estão dispostas a ajudar os outros, sem esperar nenhuma recompensa em troca. 

Sou extremamente grato a todas as pessoas que fizeram meu tempo em Paris ser tão rico. Não quero citar nomes, mas vocês sabem que estou falando de vocês :)

Quero registrar aqui também que quem move e sustenta o Parkour não são os caras habilidosos que você vê no YouTube, mas sim pessoas que se dispõem a treinar iniciantes mesmo depois de trabalhar 10 horas.

Pessoas que viajam uma hora de metro para dar um treino de uma hora em meia, do outro lado da cidade, só por que o lugar é mais centralizado para todo mundo.

Valorizem as pessoas certas.